As relações do Homem com o seu objecto de trabalho, com o seu produto ou a razão da obra podem ser categorizadas em duas acções:
1ª – a acção aliena-se do sonho;
2ª – a acção é irmã do sonho.
No primeiro caso, não estão presentes os valores da partilha e da solidariedade, mas muitas vezes da repressão e, por isso, é um trabalho do qual a dimensão do sonho está ausente. Ao operário que trabalha na construção do produto só lhe cabe ser a pequena peça que é obrigada a trabalhar numa obra gigantesca que o esmaga e para a qual não encontra sentido.
No segundo caso, poderemos encontrar a partilha e a solidariedade porque existe um sonho idealizado e uma vontade para que se torne realidade.
O sonho e a vontade são os elementos essenciais da condição humana, é o que nos eleva acima das nossas fraquezas e limitações, é o que nos faz aspirar a sermos verdadeiramente livres. No entanto, neste contexto actual de pessimismo económico, de dificuldades reais, será possível encontrar um trabalho/profissão que nos complete, que nos faça crescer e evoluir?
Cada vez mais sinto que de facto “vivemos livres uma prisão” cada dia mais apertadinha!
Cada vez mais me parece uma utopia a conjugação da satisfação profissional e pessoal. Alguém me dizia que a profissão valia pouco, que a vida social e familiar compensariam tudo o que de menos agradável ocorresse durante o período laboral. Não consigo conceber tal situação: anular-me durante 8 horas de trabalho e depois voltar para o sossego do lar e só aí ser feliz. Não aceito uma vida assim. Faria de nós seres cada vez menos bons profissionais, cada vez mais amargos, cada vez menos sonhadores.
Há que lutar para mudar este percurso. Há que encontrar novos caminhos.
1 comentário:
Como concrodo ctg sandrinha e me sinto tantas vezes na pela da pessoa que fica em cima da corda sem saber para onde se virar para lutar pelo sonho...mas não estamos sós...não é uma luta solitária e em tantas pequenas coisas vamos buscar o sentido do nosso sonho, na senhora que agradece o sorriso, no menino que depois de o picarmos diz adeus a sorrir, no senhor que resmungou o tempo todo, mas que sabes que saiu dali mais feliz, mesmos te dendo cabo do juizo, trabalhaste para o bem dele...e é neles que encontro um sentido, para ser melhor, para todos os dias ter um sorriso sincero e uma vontade profundo de querer o melhor para eles e não serem apenas mais...bigada pelo post tocou-me muito!
Beijinhos cheios de saudades***
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